Renan
Santos de Araújo
3º
ano E.M.
Instituto de Ensino Barão de Mauá
Brasileiro
é apaixonado por futebol. Os dribles, os chutes,
os gols: tudo é motivo para festa, tudo é
motivo para emoção. Há os que dizem
que, enquanto os ingleses perdiam tempo criando regras e
táticas de jogo, os brasileiros aperfeiçoavam
a ginga, o ritmo e a malandragem.
Pelé, Garrincha, Tostão, uma geração
inteira que inventou um novo jeito de se conduzir a bola,
de tirá-la, com muita classe, do adversário
e carregá-la até a linha do gol: chapéus,
bicicletas, cabeçadas. Vieram as gírias, os
fanáticos, o tri. A conversa de fim de tarde nas
mesas de bar, típica prática brasileira em
dias de jogo, tornava-se cada vez mais interessantes ao
passo que chegavam as novas gerações, os novos
Zicos, os novos títulos.
Exportamos muitos dos nosso jogadores. Na verdade, todo
novo destaque brasileiro é exportado hoje em dia.
Tornamo-nos uma espécie de indústria de craques
do futebol. Europa, Ásia, e até longínquos
países africanos estão de olho nos nossos
campeonatos nacionais e regionais, sempre à procura
de uma nova revelação, de um novo produto
que possa ser comprado a baixo preço e vendido a
quantias estratosféricas. Isso porque o futebol não
é só uma paixão brasileira, mas uma
paixão mundial.
Se duvida, basta olhar para toda a agitação
– e paralisação, de certa forma –
que o mundo sofre, de quatro em quatro anos, para assistir
à disputa da Copa da FIFA pelas maiores seleções
do mundo para perceber que não há razão
para duvidar. Com certeza não é por acaso
que esse é considerado o maior evento esportivo do
planeta.E
dele a nossa seleção, dita a melhor do mundo,
saiu vitoriosa cinco vezes.
Em muitos países - principalmente naqueles isolados
por guerras, pobreza, distância etc. - pouco se ouve
falar do Brasil, a não ser que aqui é a terra
do futebol. Nunca ouviram falar de Machado de Assis, Santos
Dumont, Chico Buarque; sequer sabem a capital do nosso país.
Mas conhecem Pelé, Zico, e os Ronaldos. Tentam imitar
as suas dribladas; tentam, de todo jeito, jogar tão
bem quanto “os brasileiros”.
O futebol faz as vezes de nosso “agente de relações
externas”: é por meio dele que a nossa cultura
é difundida no mundo; é por ele que somos
reconhecidos. Cabe a cada um de nós julgar boa ou
ruim essa associação futebol-brasileiro.
Nos países emergentes, como é o nosso caso,
onde há uma enorme diferença entre ricos e
pobres, esse esporte virou uma forma de o garoto da periferia
mudar de vida, ou, pelo menos, uma ilusão.
E é aí que encontramos o maior problema causado
por sua excessiva exploração pela mídia.
Muitos jovens estão largando os estudos para se dedicarem
a um esporte que promete lançar jogadores reconhecidos
mundialmente, com mansões espalhadas pela Europa,
carros luxuosos na garagem, vida boa e barata.
Mas o que a publicidade se esquece de mostrar, e talvez
essa nem mesmo seja uma obrigação sua, é
que a grande maioria dos casos de sucesso dos jogadores
de futebol no exterior deveu-se à sorte e não
ao talento propriamente dito.
Enquanto isso, formamos meninos analfabetos, sem perspectivas
de vida, que, se não passam para o lado do crime,
vivem como subempregados, pilares de sustentação
da nação, exímios jogadores de futebol.
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