Letícia
Veloso
24 anos, 2º
ano Jornalismo Uninove Campus Vergueiro/SP
São Paulo - capital
Civilização pré-colombiana
é destaque na Pinacoteca
Os
tesouros do Senhor de Sipán, líder da civilização
mochica no Peru, serão expostos na Pinacoteca do
Estado.
No mês de outubro São Paulo receberá
a exposição Os Tesouros do Senhor de Sipán
- O Esplendor da Cultura Mochica, na qual serão
expostas peças arqueológicas peruanas tais
como: utensílios em cerâmica, metal e jóias
valiosíssimas. Os objetos são parte da tumba
do mais importante senhor do povo mochica, civilização
que viveu no Peru desde 200 a.C. A abertura da exposição
está marcada para o dia 31 de outubro e ficará
em cartaz até o final de dezembro.
Essa é a representação do principal líder
dos mochicas, chamado pelos pesquisadores de 'Senhor
de Sipán'. Foto: divulgação
A
descoberta do tesouro ocorreu em Sipán, no Peru.
No século IV, os moches sepultaram o mais
importante líder da civilização mochica.
Fora enterrado com a cabeça ao sul, seu nariz e olhos
cobertos com ouro. Na ocasião, foram sacrificadas
mulheres e crianças como oferenda, além dos
melhores guerreiros, que o acompanharam na "grande
viagem", a passagem para outra vida.
Um
dos envolvidos neste projeto é o museólogo
peruano Júlio Vera, presidente da Casa de Cultura
Peruana, uma organização sem fins lucrativos.
A entidade trabalha em parceria com órgãos
governamentais como o consulado e a embaixada do Peru. Um
dos principais objetivos da Casa de Cultura é difundir
no Brasil os costumes, hábitos e gastronomia peruanos.
Júlio Vera acredita na importância da exposição
como valor histórico, não apenas para o povo
peruano, mas para toda a sociedade sul-americana. As relíquias
moches (povo mochica), rodaram
o mundo e já foram expostas em vários países
da Europa. “É uma mostra de renome internacional,
muito prestigiada e que agora estará no Brasil.”,
diz o museólogo.
Os
tesouros do Senhor de Sipán foram achados em 1987
por arqueólogos do Peru, liderados por Walter Alva,
responsável pelas escavações e pesquisas
na área. “Vale a pena enfatizar a luta do Dr.
Alva e da equipe peruana, auxiliados pelo governo peruano
e por diversas instituições e governos de
outros países, contra o roubo e venda ilegal de bens
arqueológicos”, diz Marisa Coutinho Afonso,
arqueóloga do Museu de Arqueologia da USP.
A descoberta é constantemente comparada aos objetos
encontrados no túmulo do faraó Tutakamon.
Segundo Marisa Coutinho, há semelhanças entre
eles, como por exemplo, o fato de que os tesouros, em ambos
os casos, foram achados intactos pelos arqueólogos
Walter Alva (no Peru) e Howard Carter (Egito). Nas duas
situações, os pesquisadores puderam ter acesso
aos sarcófagos antes de qualquer caçador de
relíquias.
Outra
comparação estaria na importância dos
achados não apenas para os especialistas, já
que o aspecto e a beleza estética dos objetos podem
ser detectados e apreciados por qualquer pessoa.
Por
último, tanto as descobertas no Peru e no Egito,
contribuíram para a compreensão das sociedades
do passado. “No caso do Peru antigo, muito se conhece
sobre os incas e os achados em Sipán ajudam
a se compreender melhor o funcionamento de culturas pré-incaicas”,
finaliza a arqueóloga. A cultura pré-colombiana
comumente resume-se aos astecas, maias
e incas. Entretanto, civilizações
como a mochica são pouco mencionadas.
O
povo moche desapareceu misteriosamente no século
VI, segundo dados do portal Historianet. Eles são
considerados a primeira sociedade pré-estatal do
continente e antecederam cerca de 14 séculos o império
inca.
Exposição:
OS TESOUROS DO SENHOR DE SIPÁN
O Esplendor da Cultura Mochica
Local:
Pinacoteca do Estado
Endereço: Pça da Luz, 2. Fone 11 3229.9844
A partir de 31 de outubro.
Ingressos: R$ 4,00 e R$ 2,00 (meia). Grátis aos sábados.
Duração:
até 30 de dezembro
Aberta de terça a domingo, das 10 às 18h. |