Susan Amaral Jaigobind
Irinéia Inês Scota (Orientadora)
Sociedade Educacional Positivo
Curitiba - PR
Foto: Gerardo Lazzari
Susan conta, especialmente para o Jornal Jovem, como desenvolveu o seu projeto apresentado na FEBRACE.
Sobre a FEBRACE, eu iniciei o projeto na oitava série para a mostra de ciências de 2007 do colégio Positivo (onde estudo) e não imaginava as repercussões que este poderia ter. Apesar de sempre gosta de mitologia e já ter lido várias bibliografias a respeito, eu sabia muito pouco sobre o assunto e jamais imaginei ser possível concretizar uma ponte entre a comunicação e a psicologia em um contexto mitológico. A primeira descoberta que me levou a um resultado inesperado foi a forte influência da mitologia sobre o ser humano. Partindo dessa proposição procurei saber qual o motivo dessa influência, e para minha surpresa a resposta era algo totalmente abstrato: a psique humana tem um inconsciente coletivo (fundamentado por Carl Gustav Jung) que é um dos motivos principais da importância que a mitologia exerce em nós.
Entreguei um questionário para alunos e professores de meu colégio para saber como que eles enxergavam a mitologia presente em suas vidas, A partir daí fundamentei uma teoria de comunicação por meio da mitologia greco-romana.
Com esses dados, fui aprofundando a pesquisa com uma visita ao Instituto Junguiano do Paraná, onde conversei com a presidente e também psicóloga Maria de Lourdes. Fiz uma entrevista com a doutora em comunicação Elza Aparecida, professora da Universidade Positivo e para finalizar conversei com um psicólogo lacaniano (vertente que difere da psicologia junguiana) para saber em quais pontos a minha fundamentação estaria fraca.
A principal dificuldade de meu trabalho era que este não é algo concreto como as maquetes que vi na febrace, nem um protótipo ou algo concreto, o meu trabalho se embasava no abstrato e isso atraía poucas pessoas a visitar o meu estande. Mas o que levou meu trabalho ao sucesso foi que a partir de uma apresentação que eu fazia para um grupo de pessoas, esse grupo divulgava meu trabalho pela feira para os conhecidos dizendo que meu trabalho era muito bom e que deveria ser visitado.
Após todo esse trabalho e um pouco de sofrimento porque o fiz individualmente durante todo o processo foi gratificante obter o 3º lugar na área de ciências sociais aplicadas. Espero aprofundar mais meu projeto e voltar ano que vem para a febrace com um novo, que logo começarei a desenvolver.
Ao ouvir histórias de criaturas mitológicas, o ser humano tem a tendência de transportar-se ao momento do fato narrado, como se, simbolicamente, fizesse parte de todo aquele enredo fantasioso. A mitologia, mesmo que de forma velada, instiga o ser humano a vivenciar novas experiências ou de descobrir valores éticos e morais. Partindo dessa proposição, o trabalho investigou a difusão da mitologia greco-romana na sociedade moderna. Os valores que hoje cultivamos são influenciados pela mitologia? A forte simbologia mitológica afeta nosso inconsciente? Pode-se considerar a mitologia precursora da comunicação moderna? Diante dessas indagações, o trabalho seguiu dois caminhos perpendiculares: comunicação e psicologia, a fim de validar que o processo mitológico se edifica na imaginação e na comunicação contemporânea da humanidade.
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